Minha paixao pelo Bon Jovi começou assim que eu ouvi Miracle. Eu devia ter uns 8 anos, talvez um pouco mais, mas me lembro até hoje de como fiquei viciada em ouvi-la. Engraçado porque naquela época não existia internet, pelo menos não nos era acessível e CD era uma descoberta que viria acontecer muitos anos depois, então gravávamos em fitas quando ouvíamos na rádio ou quando alguém tinha a sorte de ganhar um vinil de presente de aniversário. Na minha pré-adolescência, todas as meninas eram completamente loucas por ele, um cabeludo desgrenhado com uma cara de cavalo. Sinceramente nunca achei o Jon bonitão, mas sempre adorei as músicas. Nessa época eu era freqüentadora assídua da casa da minha vizinha, a mesma que citei uns posts lá atrás, e o Cido, marido dela sempre dizia que esse “conjunto” ele aprovava que ouvíssemos, pois nunca tinha ouvido nenhum escândalo sobre eles e que supostamente eles não usavam drogas e assim cresci ouvindo Bon Jovi como se ele fosse um membro da família.
Em 1996 passei pela minha primeira desilusão amorosa. Tava numa fossa lascada e meus amigos pra variar, tentavam me tirar de casa a qualquer custo. Surgiu uma oportunidade de irmos pra praia. Só eu e dois amigos de infância, o Alan e o Márcio, ambos hoje com filhos de 7 e 5 anos respectivamente. Lá fomos nós de ônibus pra praia numa época de frio e o que nos acompanhou? A música eleita foi These Days. Até hoje quando a ouço posso fazer uma pequena viagem no tempo, a gente com 16, 18 anos com malas na rodoviária, depois lá na praia num quiosque que na época ainda ficava no meio do nada, dos amigos que eles já tinham lá e que nos fizeram companhia durante todos dias, da minha paixão platônica por um surfista que tinha o nome do meu pai e um carro igual ao que eu tenho hoje...
Lá pra 1998 eu fazia cursinho e conheci um grupo de pessoas, todos na mesma faixa etária que eu, entre 18 e 23 anos. Éramos os loucos, os que matavam aula pra ficar no bar ou jogando fliperama. No auge da minha pré-fase-adulta, me diverti muito bebendo a nova invenção da época, o tal Red Bull. E o Bon Jovi com seu Cross Road acompanhava nossas farras de bar em bar no carro dos mauricinhos da turma. Ficávamos na porta do cursinho antes da aula com a porta do carro aberta, o som ligado, os xavecos rolando sem parar, ouvindo músicas que até hoje me causam boas lembranças, claro, se eu fizer um esforço enorme pra me esquecer do dia que minha mãe foi me buscar no bar com o chicote na mão...rs
Alguns achavam brega (ainda acham, pode?), mas nunca me importei e quando a maravilha dos downloads virou algo palpável, lá fui eu gravar mil CDs e passar horas ouvindo nos discmans da vida. Assim passamos a ouvir nos MP3 e agora nos celulares.
Ontem fui tomar banho ouvindo música e assim que começou Miracle tive certeza que precisava escrever sobre como ouvir Bon Jovi não importa o estado de espírito que eu me encontre, me dá uma felicidade quase que injetada na veia. Fui atropelada por essas lembranças tão boas que já fazem tantos anos que estão guardadas e esquecidas que saí do chuveiro e fiquei só de roupão na área da casa olhando o céu e pensando quanta coisa já vivi, quantas pessoas já conheci, quantos lugares já visitei. Entre uma música e outra, uma viagem no tempo, uma lembrança boa que arranca um sorriso no meio de tantas lágrimas derrubadas esses dias. Se Bon Jovi viesse ao Brasil e fosse preciso, eu pediria férias pra poder ficar na fila e garantir meu ingresso. Talvez quem sabe, eu tenha alguma oportunidade de vê-los nos EUA, apesar de saber que infelizmente e inexplicavelmente eles andam meio esquecidos por lá. Tenho certeza que aqui eles levariam multidões aos shows. Até meu irmão, que curte só uns lados B gosta de Bon Jovi, tanto que fomos pra Floripa no ano passado fazendo deles nossa trilha sonora por boa parte do tempo...
Diante de tudo que vivi, já percebi que Bon Jovi cabe nas viagens, no trânsito caótico de SP, no PC do trabalho quando o dia parece não passar, nos momentos a dois. É como se fosse possível ouvir cada música pra cada situação. Dá vontade de cantar bem alto como You give Love a bad name, andar de joelhos como em In these arms, correr pela rua como em It’s my life ou chorar como em Always. A verdade é que quando o Jon canta, o resto do mundo deveria ficar calado...
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